Origens: A história nunca contada da Mortticia

Olá, pessoal! Aqui quem vos fala é o Guilherme, baixista-fundador da banda, vou contar para vocês um pouco mais sobre as origens da Mortticia.

I: Arising In Hellgrete (2010 - 2012.1)

A banda surgiu em 2010 na cidade de Alegrete, no interior do estado do Rio Grande do Sul. Formada, naquele momento, por dois estudantes de Ciência da Computação da Universidade Federal do Pampa, no caso, eu (baixo) e o João Paulo Aires (guitarra). Na época, focávamos em tocar covers de bandas como Judas Priest, Iron Maiden, Metallica, Black Sabbath… E promovíamos shows no Bar Hum, o único lugar na cidade onde havia espaço e se podia tocar para uma gurizada sedenta por esse tipo de música.

Embryo And Birth

A história teve início, de fato, quando conheci o João em uma das chamadas Sextas do Rock, que aconteciam no Bar Hum. Havia pouco tempo que eu me mudara para Alegrete e tinha muita curiosidade em conhecer a cena local. Já o tinha visto (João) pelos corredores da universidade – um dos poucos caras que tinha cabelos longos no campus. Naquela noite, acabamos conversando na volta para casa. Estávamos meio alterados e logo propus que nos juntássemos para montar uma banda. Surpreendentemente, o processo ocorreu rápido e, em mais algumas Sextas do Rock, conheci um vocalista e o convidei para tocar. Ele conhecia um baterista e o chamou para a banda, assim, constituímos o que seria, então, o embrião da Mortticia.

Começamos a ensaiar e, em um curto espaço de tempo, definimos o nome da banda, inspirado em relacionamento conturbado que tive com uma menina. Essa menina lembrava muito a personagem Mortícia Adams, da Família Adams, e isso acabou se tornando uma referência para o nome. Ela também acabou colaborando com o conceito da mascote da banda, a qual constitui um paradoxo da existência humana, tendo um lado bom e belo, que demonstramos externamente, assim como uma face obscura e perversa.

Definido o nome, nossa estreia seria num evento que ocorreria no Halloween, mas, por um deslize meu, a formação inicial acabou antes do show. Infelizmente, troquei uns beijos com uma menina com quem o vocalista saía e isso foi suficiente para acabar com a banda. Mas o João e eu não desistimos, achamos um novo baterista e estreamos, assim mesmo, no evento, contando com o João no vocal.

Reinoso’s, Boliviano & Bruninho

Passada a primeira controvérsia da banda, era necessário reestruturar. Foi então que, de alguma forma, chegamos aos irmãos Reinoso: Adriano (vocal) e Fabiano (bateria). Creio que, por indicação de algum amigo, acabamos nos falando em um evento do Bar Hum, entre uma cerveja e outra. Esse encontro culminou nos primeiros ensaios, na casa dos dois irmãos. De alguma maneira, nós chamávamos atenção, Adriano era um inconsequente frontman e sempre teve bastante estilo; já Fabiano era um sólido baterista e uma pessoa divertida. Nosso primeiro show foi, no mínimo estranho, não tÍnhamos ensaiado quase nada, Adriano estava lendo as letras porque não conseguia memorizá-las. Muitos detestaram, mas eu sai de lá com uma impressão positiva, pois a banda tinha um bom entrosamento.

Na medida em que íamos tocando as músicas que gostávamos, sentíamos cada vez mais a necessidade de um segundo guitarrista. Foi assim que o Daniel (Boliviano) entrou na banda. Rapaz de bem com a vida, era um guitarrista canhoto dos bons, com um feeling Hard Rock, o que era uma boa contraposição ao João, guitarrista de Trash Metal, basicamente. Com essa formação, a consolidação do nosso trabalho parecia questão de tempo, Cada vez mais o João e eu nos entrosávamos para compor e, consequentemente, tínhamos melhores condições de tocar bem ao vivo.

Prova disso foi a organização de alguns eventos, nos quais levávamos o pessoal à loucura. Mas, tristemente, o destino estava fadado. No meio de uma organização para tocarmos num festival na minha cidade natal, Ijuí, Fabiano decide abandonar a banda, fazendo-nos cancelar a participação. Não obstante, tínhamos um show marcado em Alegrete em pouco tempo e precisávamos de um novo baterista rapidamente. Foi assim que o Bruninho apareceu. Surpreendentemente, ele assumiu as baquetas e, mesmo sendo guitarrista por formação, conseguiu tirar um set de mais de uma dúzia de músicas em pouquíssimo tempo e saímos por cima.

Depois disso, Adriano, que já estava dando sinais de que iria deixar a banda logo após o irmão, saiu de vez, sem maiores explicações. Boliviano foi deixado de lado – uma pena – estava sendo inconsequente e há um bom tempo não aparecia nos ensaios. Por mais que insistíssemos, não conseguíamos um engajamento por parte do rapaz.

Marcos, Filipe e a gravação de Killing & Dying

João e eu, dentre tantas idas e vindas de membros e hiatos, conseguimos conceber Killing And Dying, a primeira música autoral da banda com letra política e ritmo pegado. Essa semente já vinha com a raiva desde a concepção.

Mas era preciso, então, buscar novos membros para a banda. Obviamente o Bar Hum foi o lugar onde encontramos Marcos (vocal). Ele cantou num evento como convidado, e o rapaz tinha uma ótima desenvoltura como vocalista – de longe, era o melhor que eu já tinha visto por aquelas bandas – e, evidentemente, não hesitei em convidá-lo para entrar na banda. O João sugeriu que chamássemos o Filipe (guitarra), um conhecido dele que fazia aulas com seu antigo professor de guitarra. Filipe era um ótimo guitarrista, com uma veia técnica muito boa, o que acrescentou bastante qualidade à banda. Com essa formação conseguimos fazer um show matador e, finalmente, fazer nossa história ser escrita com nosso primeiro registro em estúdio: Killing & Dying.

A primeira morte definitiva

Em 2012, infelizmente, a banda é desfeita devido à saída do vocalista e por incompatibilidades de prioridades entre o João e eu. Quebramos os pratos, e, ainda em 2012, deixei Alegrete e vim tentar a vida na cidade grande, a capital.

II: Purgatory In Porto Alegre (2012.2 - 2013.1)

No final de 2012, já estruturado em Porto Alegre, recebo em minha humilde kitnet, vindo de Alegrete, um companheiro de outros tempos, Bruno Giacomelli (bateria), que estava, também, tentando se estabelecer na capital. Músico de mão cheia, havia me ajudado anteriormente em algumas composições e arranjos para a Mortticia. Compreensivelmente, com o tempo fomos amadurecendo a ideia de montar uma banda sólida e tocar por aí.

Em 2013, ironicamente, o João veio morar em Porto Alegre. O Bruno também era próximo ao João nos tempos de Alegrete e, em pouco tempo, já estávamos fazendo algumas jams juntos, então, a ideia de formamos uma banda cresceu, porém, ainda faltava um guitarrista e um vocalista. Aonde achar? No próximo post conto para vocês.